Hoje na terapia, a paciente relatou que estava muito cansada por conta de tantos afazeres e ainda havia a culpa que sentia por não ser perfeita.
O cabelo preso no rabo de cavalo para ser mais prático, nada de maquiagem no rosto cansado e aquele ar de quem não aguenta mais viver a pesada rotina de esposa, mãe, profissional e longe, muito longe de até se enxergar como mulher.
- O que você diria a uma mulher nessa mesma situação? Perguntei a ela.
- Que você não é forte! Você é sobrecarregada! Respondeu.
Desatei a rir, porque essa verdade é tão pouco dita ultimamente. O que mais se fala para uma mulher que está cansada é que ela é forte, que precisa se orgulhar de ser tão forte.
Você está sobrecarregada – essa é a verdade!
E no encontro com as amigas também nos perguntamos onde foi que a gente se perdeu.
Nos perdemos quando aceitamos aos poucos carregar a carga que não nos pertence e fazemos isso porque precisamos ser as boazinhas. Aprendemos que para sermos amadas e admiradas temos que cuidar das outras pessoas, temos que ser concordatas, generosas, amigas, legais e assim vamos dizendo SIM para todos e NÃO para nós mesmas.
É como colocar no lombo do burro, cada vez mais um pouquinho de carga, até que, com o peso a mais de uma pena, ele abre as pernas.
O cansaço é o resultado de ter ficado sempre como última da fila, fora da agenda, nunca ser prioridade.
Depois de tanto tempo vivendo em segundo plano, bem sei o quanto parece ser difícil mudar de atitude, mas tenho uma sugestão que pode começar a mudar a nossa mentalidade e de quem nos cerca. Comece a dizer SIM para os outros, se nessa atitude você também estiver dizendo SIM para você.
Assim iniciamos a caminhada para o autoamor porque é lá que você se reencontrará.
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