Era caminhando que a estrada ia se formando. O chão de terra pisada com pequenas pedrinhas que eram chutadas pelas botas marrons do menino.
Ao longo da estrada, aqui e ali, marias-sem-vergonhas pareciam se unir em cores, do rosa clarinho ao lilás. A casinha caiada de branco fica atrás, cada vez menor.
Tudo isso agora era apenas lembrança. Deu vontade de chutar as pedrinhas novamente, mas segurou os pés calçados no verniz preto. Poucas marias-sem-vergonhas enfeitam agora o caminho. Regressa o homem feito e realizado, e a casinha continua ali, branca e cheia de pequenas coisas que agora ilustrariam as histórias para seus netos, que correm à sua frente, sem tempo para chutar pedrinhas.
Eu poderia contar essa história de outra forma para vocês:
A criança que calçava botas e caminhava pela estrada retorna com seus netos, calçando sapatos pretos, pela mesma estrada.
Qual forma te transportou magicamente para a cena?
Provavelmente foram os detalhes, as pequenas coisas, como o chão de terra pisada, as pequenas pedrinhas, as botas marrons, o tipo das florezinhas, suas cores, a casinha branca, os sapatos de verniz preto...
Essa é a importância dos detalhes para a vida. Sem eles, qualquer história se torna desinteressante. São os detalhes que nos transportam para a cena, que deixam marcas profundas na mente.
Quer viver histórias marcantes? Cultive os pequenos momentos, as pequenas coisas que vão ficando para trás, por conta da correria da vida.
O café quente fica mais gostoso quando apreciado gole a gole e não tomado na pressa;
O carinho displicente na mão sem nenhuma intenção de conquistar, apenas fazer conexão de alma;
O olhar-se no espelho para admirar aquele detalhe que você gosta em si e pode passar despercebido aos outros;
Quais são as pequenas coisas que te fazem feliz?
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